#TBM
Ontem "por acaso" (entre aspas mesmo porque uma coisa dessas nunca é por acaso) pouco antes de eu descer do ônibus eu li um tweet que basicamente traduziu o início da minha vida como jovem adulta e encaixou a peça que faltava (pra MIM) no meu diagnóstico de #TBM. Porque até aquele exato momento eu encarava tudo isso pensando no M de "misto" como algo mais leve e que dezestabilizava meu humor no máximo a ponto de gastar e comer demais. Mas voltando ao tweet em si, ele descrevia de forma leiga o que era o transtorno bipolar SEM TRATAMENTO. E por isso eu nunca me senti tão descontrolada, sabe - além de ter hipomania e não mania. EU me trato, mesmo o diagnóstico pra #TBM tendo vindo certo só ano passado - depois de 5 anos como se eu tivesse "apenas" depressão. Comecei a fazer terapia em 2011 porque queria largar a faculdade nos 45' do segundo tempo, tive alta logo após concluir minha monografia e voltei depois de pouco mais de 2 anos de "crise dos trinta" - e não "saí" mais. Engraçado que ontem perdi o ônibus que passa antes do meu pra chegar a tempo da minha sessão e pensei que seria uma boa oportunidade pra que eu tentasse passar um tempo por minha conta e ver como eu me saía, rá! Depois dessa, agora eu sei que não tem chance #ri🆘
Pois muito que bem... voltando à minha época de xóvem adulta, sempre achei que meu comportamento era por meu pai ter sido mais ou menos rígido quando a gente (minha irmã e eu) era mais nova... E então eu já tinha 18 e ele tinha saído de casa dois anos antes e ainda queria "mandar em mim" - rá! Não era de se esperar que (até porque: Aquário + Sagitário + Sagitário) eu fosse querer me rebelar um tiquim? - e né, eu nunca tinha dado motivo mas agora tinha a fama. Pois bem, pode ter sido o gatilho mas não a justificativa. Engraçado que eu sempre brinquei que quem não faz essas coisas quando mais novo tem uma grande chance de querer viver uma adolescência tardia: mas por mais que maioria dos jovens queira experimentar bebida e otras cosas más, nem todo mundo fica com umas três pessoas na mesma noite, não lembra de nada MAS faz a mesma coisa no fim de semana seguinte apesar da ressaca moral. Cara, teve cada uma que eu não tenho coragem nemmeno de escrever... às vezes acho que a amnésia que vem logo após é até uma forma de a mente lidar com esses comportamentos que a gente não consegue acreditar que são das nossas pessoas/personas. E eu sempre pensei que dei MUITA sorte de nunca ter acontecido nada mais sério ou até mesmo grave comigo, mas foi bem recentemente que entendi que não foi bem sorte: foi que nós SEMPRE cuidamos umas das outras. ❤
E, em seguida, me lembrei do livro da Dra. Key (Uma Mente Inquieta) e de como ela sentia falta da fase maníaca. Porque quando eu bebia eu me sentia livre de uma forma que não acontece quando estou sóbria. Tirando O dos Olhos Dourados, acho que eu nunca consegui flertar com alguém sem ser bêbada - a não ser pela Internet, durante semanas no mínimo. E bêbada, minha nossa, PENSE num T: o que eu não fui "até o fim" fui aos "amassos" - e QUE amassos!
E aí veio minha segunda metade dos 20... O fígado reclamou e eu diminuí bastante a bebida quente at least, e nesse ínterim também fiquei com o moço acima durante um ano sem "ser assumida" e engordei 10 kg em 6 meses e 6 meses depois estava eu na terapia bastante deprimida, com minha autoestima lá no chão e com vontade de tocar o foda-se pra UnB - aliás, esse é um comportamento típico que eu sempre enxerguei como falha de caráter e tem muito a ver com o #TBM... o querer tocar o foda-se, sabe? E então fiquei velha aos 27 e tive minha crise dos 30 e com ela o que eu achei ser uma depressão "pura e simples" até meu diagnóstico atual, por "não conseguir melhorar" depois de 5 anos tomando remédio. Na verdade, como o remédio age pra estabilizar meu humor a ideia é que eu não cometa justamente todos esses excessos que antes faziam com que eu me sentisse mais viva, sabe? #querdizer, não é porque eu era mais nova ou porque minha vida era melhor naquela época por algum motivo: é porque eu sou bipolar e, naquela época, não sabia e não tinha ajuda profissional!
É isso, haha! Agora tudo-faz-sentido. Agora é hora de, além dos remédios e da terapia, fazer o que tem ser feito: fazer #AF, melhorar (bastante) minha alimentação, evitar porres a qualquer custo, cultivar algum hobby... Porque minha alegria não pode vir só da minha (hipo)mania, mas sim de quem eu SOU e do que eu tô disposta a fazer por mim mesma... Porque mesmo que eu tenha um transtorno de humor que não tem cura, eu NÃO sou nem vou ser definida por ele.
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